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Playlist - Jazz não tem hora

Foto do escritor: Ranulfo PedreiroRanulfo Pedreiro

Atualizado: 14 de ago. de 2020

Houve um tempo em que me cansei de quase tudo o que ouvia sobre jazz. Escutava sempre as mesmas músicas e tomei a decisão difícil de apagar uma playlist gigantesca construída desde que o Spotify chegou ao Brasil. Queria começar de novo, do zero, a partir de coisas novas.


Foi assim que surgiu Jazz não tem hora, com a ideia recorrente em minhas playlists de ouvir em shuffle, justamente para o logaritmo do Spotify adaptar a experiência ao gosto do ouvinte.


Aos poucos, porém, as velhas músicas foram retornando, como parentes reconciliados após uma briga à toa. Tentei evitar alguns standards muito batidos, mas mesmos eles se apresentaram dignos de saudades e permanecem, firmes na qualidade.


Muitos podem sentir falta de alguns períodos, como os primórdios do jazz, uma paixão particular que ocupará outra playlist.


Outros vão perceber a variedade de estilos, alguns bastante incompatíveis, mas o atrito é uma das qualidades do jazz e não há a intenção de facilitar, uma vez que tudo o que está aqui é particularmente precioso, seja pela qualidade musical ou memória afetiva.


O resultado é bastante peculiar, com a característica de poder ser ouvido em qualquer momento e, muitas vezes, o improviso bate com o estado de espírito.


É por isso que o jazz não tem hora.



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