Encontrei este LP outro dia no sebo por apenas R$ 5. Traz a primeira sinfonia de Brahms, que retomou o gênero após a obra marcante de Beethoven. Dentro, a surpresa: um texto do antigo dono explicando a obra . Não concordo muito com o conteúdo, mas isso pouco importa diante da história que esse velho long-play, de 46 anos, revelou sem apresentar um risquinho sequer.
Leia o texto escrito à mão em 17 de setembro de 1974:
"Para se ouvir Brahms é necessário ter
sentido sequer uma vez na vida a triste
realidade da solidão. Brahms é o
alemão mais autêntico em expressar esta
condição humana amargurada.
"Por isso êle se avantajou em decifrar
os caminhos do espírito pela total ambi-
quidade das conquistas materiais que o
cercavam, mas que as negou.
"Esta é a função do músico
digno: externar seu mais
profundo ardor, sua paixão
de amor puro e sincero
para com os homens.
"É só o que sabe fazer
porque foi só isto que Deus deixou-lhe,
pois ficará só na Terra,
enquanto puder subir as alturas celestes,
e de lá, poder contemplar os amigos cá,
que não conheceu!"
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