Cais (2020) - Diogo Burka
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  • Foto do escritorRanulfo Pedreiro

Cais (2020) - Diogo Burka

Atualizado: 24 de ago. de 2020

Basta acompanhar um pouco do trabalho do músico e compositor Diogo Burka para perceber que se trata de um instrumentista com trânsito fácil entre os gêneros. Ao contrário de muitos que se dedicam exclusivamente ao rock ou ao jazz, Burka fica à vontade exatamente nas zonas fronteiriças, levando elementos de um lado para o outro, provocando misturas espontâneas e, muitas vezes, surpreendentes.


Cais, seu primeiro disco solo, reforça justamente essa maleabilidade construída em cima do trabalho como produtor e multi-instrumentista. Ou seja, se Burka consegue tocar com facilidade em diferentes estilos, é porque acumulou experiência e repertório ao longo da carreira.


Essa capacidade de fusão está presente em todo o Cais, disco eminentemente instrumental. Mesmo as canções demonstram proximidade com os sons, timbres e ritmos, costurados por arranjos bem construídos. O disco foi gravado no Plugue Estúdio, em Londrina, onde Burka trabalha como produtor ao lado de Júlio Anizelli - muitos se lembram de Júlio na banda Madera, nos anos 1990, mas depois ele seguiu se especializando em gravação e produção de áudio.


O disco está disponível nas plataformas digitais e mostram que Londrina, além de ótimos músicos, tem também bons estúdios e produtores. Muitos temas soltam as amarras e navegam pelo improviso, retornando ao porto seguro para, finalmente, lançar-se novamente na tempestade irresistível da música.




Confira a entrevista com Diogo Burka:


Eu gostaria que você contasse um pouco a história do disco…. Você tocou vários instrumentos, não é?

A primeira música que eu lancei foi a Breeze, que é a última do disco, mas foi a primeira do projeto. E surgiu de forma bem despretensiosa, na verdade. Eu quis fazer uma contrapartida para um patrocinador de cordas que eu trabalhava, a Magma Strings. Foi um vídeo usando as cordas e fazendo um marketing para a marca. O vídeo ficou superlegal. O feedback foi superbacana, tive muita visualização no Facebook. Foi um vídeo em que eu fiquei trabalhando os instrumentos, toquei violão, guitarra, baixo e derbak, que é um instrumento árabe de percussão. Chamou a atenção da galera para o meu trabalho como multi-instrumentista, e também foi meu primeiro trabalho como produtor. Achei relevante dar continuidade. E lancei outros singles. O segundo foi La Cubanita, que é a segunda música do disco. Aí eu já contei com participação do Elthon Dias, na bateria, e do Mateus Gonsales no piano. Depois fiz o A-Free-K, que é a primeira do disco. Eu toquei tudo: guitarra, baixo, bateria, teclado e percussão. A coisa foi engrenando e fiz uma parceria com a cervejaria Amadeus, que entrou como patrocinadora na parte do vídeo para eu poder lançar os singles. Depois, junto com a Alavanca Produções Artísticas, que é do Davi Di Pietro, meu grande amigo e parceiro em algumas das músicas. A gente montou um projeto para o Promic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura), para conseguir verba e compilar tudo num disco.



E abre com uma pedrada... A-Free-K, que consegue ser bem free, mas também africana e brasileira, com uma pegada rock no meio. O arranjo é muito bem trabalhado, cheio de informação. Como foi o processo de produção?

Essa música, o A-FREE-K, é por causa da referência afro brasileira, com essa coisa da liberdade. É uma licença poética para falar da liberdade de composição, e o K (key) também pode ser o tom. É um jogo de palavras. É uma música que eu produzi pensando em mostrar meu trabalho como multi-instrumentista e minha versatilidade na composição, arranjos, estilos e ritmos, misturando com a onda fusion, que eu gosto muito. Eu sou um grande fã de fusion, de coisas como Chick Corea Elektric Band e Vital Tech Tones. Eu sempre curti essa onda de rock com jazz instrumental e improviso. O processo de produção foi basicamente com o computador ligado, gravando elementos musicais, ritmos e grooves. Vou montando o projeto ao mesmo tempo em que vou compondo, para depois poder gravar o trabalho de novo. Eu faço isso não só com o meu trabalho, mas em todos os outros que eu executo. Eu trabalho no Plugue Estúdio, com o Júlio Anizelli. Os clientes chegam com sua composição e eu, muitas vezes, fico na incumbência de fazer os arranjos e a pré-produção, que nada mais é do que pré gravar todos os elementos que são concebidos no arranjo, pensando a música em si e no melhor que a gente pode fazer com a melhor execução que os músicos conseguem.




CAIS (2020) - Diogo Burka

Produção musical por Julio Anizelli e Diogo Burka no Plugue Estúdio em Londrina.

Produção Executiva: Davi Di Pietro (Alavanca Produções Artísticas).

Design: Henrique Medina e Letícia Sanches.

Foto da Capa: Bernardo Sardi.

Patrocínio: PROMIC.

Todas as faixas foram compostas, arranjadas e pré-produzidas por Diogo Burka.


1) - A-FREE-K

Diogo Burka - Guitarras, baixos, teclados, shakers, alfaias, derbake, vozes e bateria


2) - La Cubanita

Diogo Burka - Baixo e Guitarra

Mateus Gonsales - Teclados

Elthon Dias - Bateria


3) - Funk da Terra (Groove pro Arthur)

Diogo Burka - Baixo e guitarras

Thiago Ueda - Teclado

Elthon Dias - Bateria

Duda de Souza - Percussão

Ozéias Costa - 1° Trompete

Reinaldo Resquetti - 2° Trompete

Guilherme "Purê" Efrom - Trombone

Fernando "Banderas" Salles - Sax Alto

Lincoln Rodrigues - Sax Tenor

Vitor Gorni - Sax Barítono


4) - De Última Hora

Diogo Burka - Baixo, guitarra e violão

Thiago Ueda - Teclado

Elthon Dias - Bateria

Duda de Souza - Percussão

Ozéias Costa - 1° Trompete

Reinaldo Resquetti - 2° Trompete

Guilherme "Purê" Efrom - Trombone

Fernando "Banderas" Salles - Sax Alto

Lincoln Rodrigues - Sax Tenor

Vitor Gorni - Sax Barítono


5) - Passimpático

Diogo Burka - Vozes, baixos, guitarras, xilofone e teclados

Vinicius Lordelos - Bateria

Letra - Diogo Burka e Davi Di Pietro


6) - Frida

Diogo Burka - Vozes, violões, guitarras, teclados, charangos, pandeirola e shakers

Elthon Dias - Bateria

Letra - Davi Di Pietro, Etel Frota e Diogo Burka


7) - Cais

Diogo Burka - Vozes, violões, baixos, teclados, derbake, shakers, moringa, pandeirola, timbal e bumbos

Elthon Dias - Bateria

Duda de Souza - Djembe, alfaias e bumbos

Letra - Diogo Burka e Davi Di Pietro


8) - Lamento ao Mar

Diogo Burka - Contrabaixo acústico e voz

Thiago Ueda - Piano

Elthon Dias - Bateria


9) - Per La Mamma

Diogo Burka - Baixo e voz

Letra - Etel Frota


10) - Breeze

Diogo Burka - Guitarras, baixo, violão, teclados, derbake, shakers, pratos e surdo


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